quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os dias que a Pati foi pro RJ...

Na semana seguinte a Pati chegou no RJ pra ficar uns dias, durante o feriado de outubro. O Lê foi com o Edinho buscar a Pati no aeroporto. Eles chegariam na minha casa perto da meia noite. Então eu aproveitei que eles iam chegar tarde e fui fazer compras com a Débora, minha amiga, que trabalhava comigo e morava ali pertinho também.

Demoramos muito no shopping e na hora de ir pra casa o Lê ligou dizendo que estava chegando. Pegamos um taxi e normalmente de taxi chegaríamos em casa em 5 minutos, no máximo, mas naquele dia o trânsito de noite estava terrível e demoramos quase meia hora pra chegar em casa. Quando cheguei em casa, adivinhem... eles já estavam lá. O Lê já tinha até ido pra casa dele tomar um banho. Nossa, ele ficou muito bravo. Eu demorei quase 30 minutos pra chegar em casa de taxi. Se eu tivesse ido andando chegaria em 10. Ele ainda não tinha me dito que estava bravo, mas eu percebi pela voz no telefone.

É, a primeira vez que alguém da família do Lê me viu foi quando ele estava bravo comigo pq eu sai às compras no dia que a irmã dele ia chegar e demorei uma eternidade pra chegar. Realmente era falta de respeito, mas eu não queria que acontecesse assim, eu sai pra comprar umas roupinhas e me sentir melhor enquanto a Pati estivesse na minha casa, ela precisava gostar de mim. Na minha cabeça, ela precisava gostar de mim, pois era ela que ia chegar em casa depois da viagem e falar pra família toda como eu era e se ela tinha ou não gostado da namorada do Lê. Pensamento errado! Ela não iria gostar de mim porque eu estava de roupinhas novas, ela iria gostar de mim por quem eu era e porque o irmão dela gostava de mim, mas eu estava nervosa por conhecer alguém da família dele que nem pensei direito nas coisas, quando percebi isso já era tarde, eu já tinha me atrasado um monte pra chegar em casa.

Acharam que foi o único problema? Foi nada.

Eu parei de tentar impressionar, acho que nem deu tempo dela perceber que eu estava tentando. Só eu e minha cabeça que viram esse fato. Antes do Lê chegar do banho eu comecei a conversar com ela normalmente, me apresentei... até ai tudo bem, ela se apresentou, falou que estava bem, que estava feliz por estar lá, mas que estava muito cansada. Foi quando o Lê chegou do banho, me olhou com cara feia, me deu um beijo de oi e sentou do lado da Pati no sofá. Ele estava de bermuda, camiseta e chinelo. Ela olhou pro pé dele e falou, “nossa, está todo machucado, ninguém cuida de você então eu vou cuidar”. Fiquei sem saber o que fazer. Como assim ninguém cuida dele? Ela não percebeu que ele cortou o cabelo, deu uma engordadinha, está mais bonito... e tudo isso em uma semana de namoro confirmado e menos de um mês desde o primeiro beijo? Prontamente ela abriu a bolsa de mão, tirou um creme de lá e começou a passar o creme no pé do Lê.  Nossa, eu estava perdida, mas me concentrei e passei o resto da noite feliz. Quando ela disse que queria dormir, me despedi do Lê e ela quis se despedir dele sozinha, lá fora. Passou mil coisas na minha cabeça, tinha sido o pior dia de namoro desde o começo, eu tinha feito tudo errado. Quando ela entrou subimos pro quarto e já estava tudo arrumado, eu tinha arrumado, não sou tão ruim. Ela foi tomar um banho e eu fui me arrumar pra dormir. Quando ela voltou do banho, deitou na cama, virou de lado de dormiu. Na minha cabeça ela dormiu porque não queria conversar, nem passou pela minha cabeça que ela estava cansada. O dia, na verdade só a noite, tinha sido tão desastrosa que na minha cabeça só passava coisa ruim. Deitei e dormi.

No dia seguinte saímos todos juntos, nós 4, eu, Lê, Pati e Edinho. Passeamos um monte, tiramos muitas fotos, rimos muito. Estava tudo ótimo. Uma das noites, quando já estávamos prontas pra dormir, nós começamos a conversar, ela perguntou da minha faculdade e eu respondi que estava fazendo pedagogia, mas que queria fazer jornalismo. Ela, sem nem pensar, falou que a ex do Lê fez jornalismo. Outra coisa pra não sair da minha cabeça. Em um dos dias que ela ficou lá em casa, fomos assistir a um jogo do Flamengo no Maracanã. Na hora de atravessar a rua, bem na frente do maracanã, ela queria pegar na mão do Lê, só que eu estava de mãos dadas com ele. Ao invés dela pegar na outra mão, olhou pra mim e falou: “posso pegar na mão do meu irmão ou você não vai deixar ele ficar comigo em nenhum momento?” Aquela primeira noite voltou na minha cabeça, aquele momento de atravessar a rua também não saiu mais da minha cabeça. Tirei minha mão da mão do Lê e andei mais atrás deles, junto com o Edinho que também ficou mais pra trás. Entramos no estádio, assistimos ao jogo. Durante o jogo me deu um alívio enorme, não por causa de gols, pois eu nem lembro quanto foi o jogo e nem com quem o Flamengo estava jogando, mas sim porque quando eu olhei pro lado o Edinho beijou a Pati! Ela ficaria mais tempo com o Edinho e não reclamaria de mim. 

Decidi começar tudo de novo, só não me apresentei de novo porque ela ia me achar uma louca. Decidi que passaríamos o restante dos dias todos juntos, os 4, sem eu inventar problema ou sem eu ligar pros problemas. Deu certo. Ficamos todos os outros dias na paz, ela ficava um tempão com o Edinho e eu com o Lê. Saímos pra vários lugares e conhecemos muitos pontos turísticos.

Eu é que estava inventando coisas?
Ela tinha gostado de mim?
As coisas que aconteceram foram acasos?
Parecia que tudo aumentava por causa de mim?
Não sei, só sei que ela chegou em casa depois da viagem e falou bem de mim, ela gostou dos dias que passou na minha casa, gostou dos nossos passeios.

Eu poderia até estar nervosa naqueles dias, mas com certeza essas coisas não foram criação da minha cabeça. Essas coisas aconteceram e hoje eu penso que foram coisas que só aconteceram pra me ensinar que eu não preciso ficar com medo de não gostarem de mim, pois eu não sou ruim e a família do Lê saberia disso em algum momento. Essas crises foram péssimas nesses dias, mas depois passou tudinho. Nunca mais pensei nisso, tirando hoje, lógico, que precisei lembrar pra escrever.

Hoje me dou super bem com a Pati, somos amigas, apesar da distância! Somos madrinhas de casamento uma da outra! Somos parentes e se depender de mim, seremos parentes por mais no mínimo 100 anos, que é o mínimo que eu e o Lê vamos viver juntos!




Essa foto foi tirada na Ilha de Paquetá, na semana que a Pati veio pra cá.
O Edinho não está na foto, pois foi ele que tirou.




Amanhã tem mais... beijos!

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